Vasco impõe ataque fora de casa; diretoria e Diniz pressionados por soluções em casa

O Vasco da Gama vive, em 2025, uma temporada de contrastes: fora de casa o time tem bom poder ofensivo e resultados expressivos; em São Januário, porém, a equipe perde pontos importantes. Essa desigualdade amplia a pressão sobre comissão técnica e diretoria e exige ajustes rápidos para que a eficiência ofensiva se transforme em resultados consistentes.

No Brasileirão de 2025 o Vasco lidera em gols marcados como visitante, aproveitando transições rápidas e finalizações objetivas. Por exemplo, o 3–1 no Morumbi, diante do São Paulo, revelou o bom momento de Rayan e de Nuno Moreira. Em contrapartida, o desempenho em São Januário preocupa: até agosto/setembro, o clube somou apenas 6 vitórias em 20 partidas no estádio, perdendo pontos em jogos em que poderia ter somado mais. Portanto, reduzir essa assimetria entre mandante e visitante é prioridade para a estabilidade da campanha.

Por outro lado, São Januário tem sido palco de inconsistências: com apenas 6 vitórias em 20 jogos até agosto/setembro de 2025, o clube perdeu margem para somar pontos que poderiam aliviar a pressão sobre elenco e comissão técnica. A diferença de rendimento entre mandante e visitante é um dos elementos centrais para entender a oscilação do time.

    Fotos: Matheus Lima/Vasco.

    Analisando a era SAF (a partir de 2023), a oscilação fica evidente. Em 2023 o aproveitamento em casa foi superior ao desempenho como visitante; em 2024 houve melhora do rendimento mandante e piora fora; já em 2025, com a temporada ainda em andamento, os números indicam um Vasco com bom poder ofensivo remoto, mas sem traduzir essa eficiência em constância dentro de São Januário. A comparação mostra que, embora o ataque visitante esteja entre os melhores, o saldo final da campanha segue prejudicado por pontos perdidos em casa — situação que precisa ser corrigida para buscar uma posição mais confortável na tabela.

    Para contextualizar, seguem os aproveitamentos calculados por temporada (pontos ÷ partidas possíveis), separando mandante e visitante:

    AnoMandante (V–E–D)Pontos (mand.)Aproveitamento mand.Visitante (V–E–D)Pontos (vis.)Aproveitamento vis.
    20239–2–8 (19 jogos)29 (9×3 + 2)29 ÷ (19×3) = 29 ÷ 57 = 50,9%. 3–7–9 (19 jogos)16 (3×3 + 7)16 ÷ 57 = 28,1%.
    202410–5–4 (19 jogos)35 (10×3 + 5)35 ÷ 57 = 61,4%. 4–3–12 (19 jogos)15 (4×3 + 3)15 ÷ 57 = 26,3%.
    2025 (temporada em andamento)3–3–4 (10 jogos)12 (3×3 + 3)12 ÷ (10×3) = 12 ÷ 30 = 40,0%. 3–1–7 (11 jogos)10 (3×3 + 1)10 ÷ 33 = 30,3%.

    Observação: 2025 está em andamento — números podem alterar com as próximas rodadas

    Esses números deixam claro que o Vasco alternou entre fases de maior solidez em casa e momentos de maior desempenho fora — hoje a prioridade é reduzir essa assimetria.

    Análise: fatores que impactam o desempenho

    1. Política de contratações e perfil do elenco. Sob a direção de Admar Lopes, o clube adotou uma estratégia de custo controlado em 2025, misturando empréstimos e contratações definitivas. A chegada de vários jogadores jovens reduziu a média de idade das entradas, o que trouxe dinamismo ofensivo imediato, mas também apontou para uma menor experiência em situações de alta pressão — especialmente em partidas disputadas em São Januário.
    2. Inconsistência defensiva em momentos decisivos. Embora o ataque visitante marque com frequência, a defesa tem cedido gols em momentos cruciais, permitindo reviravoltas ou empates que oneram a campanha. Erros individuais e lapsos de organização defensiva, em particular nas partidas em casa, foram determinantes para a perda de pontos.
    3. Adaptação tática e integração dos reforços. Fernando Diniz busca conciliar um futebol ofensivo com maior solidez defensiva. Jogadores de criatividade, como Philippe Coutinho (aproveitado em sistema de apoio) e o centroavante Pablo Vegetti, ajudam na criação e finalização, mas a combinação entre meio-campo, recomposição e compactação defensiva ainda precisa ser ajustada para tornar os resultados mais previsíveis.

    A janela de transferências e a sequência de jogos contra rivais do G-4 serão determinantes: com escolhas certeiras e maior consistência nas partidas em casa, o Vasco tem condições de transformar sua excelência ofensiva fora em pontos efetivos também no Rio e, assim, recuperar terreno na tabela.

    Fonte: Ge

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