Lance em menos de um minuto decide derrota do Vasco

Depois de um atropelo, um banho de água fria

G. Taliari chutando para o segundo gol. Foto: Fernando Alves/ECJ​
G. Taliari chutando para o segundo gol. Foto: Fernando Alves/ECJ

O que se viu em Caxias do Sul nesta quarta-feira (20) foi um Vasco irreconhecível. Não porque surpreendeu — mas porque regrediu. A vitória por 6 a 0 sobre o Santos, dias antes, pareceu distante diante do desempenho desorganizado, lento e sem alma contra o Juventude. O placar de 2 a 0 para os gaúchos foi justo. E poderia ter sido ainda mais severo.

Com apenas 20 segundos de jogo, Lucas Piton errou de forma grosseira no meio de campo e entregou a bola nos pés do adversário. Na sequência do lance, o próprio Piton teve a infelicidade de desviar um cruzamento com o braço dentro da área. Pênalti marcado. Aos 3 minutos, Nenê — “velho” conhecido da torcida vascaína — abriu o placar. Um erro atrás do outro, em tempo recorde.

O Vasco sentiu. E sentiu muito. Sem organização, com movimentações truncadas e um meio-campo completamente ineficaz, o time ficou vulnerável. Aos 16 minutos, Gabriel Taliari ampliou para o Juventude, aproveitando nova falha coletiva de marcação. Com 20 minutos de jogo, a partida já estava resolvida.

Mesmo com 77% de posse de bola e quase quatro vezes mais passes trocados do que o adversário, o Vasco foi absolutamente improdutivo. Foram 14 finalizações, mas apenas uma grande chance real. O time rodava a bola, cruzava sem precisão, e mais confundia do que construía.

Vegetti esteve mal — muito mal. Desconectado, atrasando jogadas, quebrando o pouco ritmo que o time conseguia emular. Sua presença em campo atrapalhou mais do que ajudou. Piton, como dito, foi desastroso desde o início. E não há como continuar insistindo em Hugo Moura na zaga, improvisar Victor Luís e outras na defesa. O elenco é limitado, e a fragilidade defensiva é escancarada. Urge a contratação de um zagueiro — ou dois!

O Juventude, por sua vez, soube exatamente o que fazer. Aproveitou os erros, matou o jogo cedo, e depois administrou com segurança. Sem precisar se expor, com muito menos posse de bola, foi mais perigoso e objetivo.

A goleada contra o Santos pode ter iludido. A verdade é que este Vasco ainda está muito longe de ser confiável. O sinal de alerta está aceso — novamente.